O programador Ali, de
34 anos, era um homem rico na Síria. Ganhava US$ 4 mil (cerca de R$15 mil) por
mês, tinha carro e foi um dos melhores alunos da sua pós-graduação.
"Aqui no Brasil, sou pobre", conta
ele, que se mudou há um ano e sete meses para o Brasil fugindo da guerra civil.
Sem renda, a solução foi recorrer a um programa criado originalmente para
retirar brasileiros da miséria: o Bolsa Família.
Assim como ele, cerca de 400 imigrantes sírios
que vieram para o Brasil estão no programa, de acordo com o Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome. O número se refere a julho. A pasta
não informou o valor específico recebido pelos sírios – o benefício médio do
programa é de R$ 167 mensais por família.
Mas, sem falar a língua e em
meio à crise econômica, muitos deles apesar de terem qualificação profissional não
conseguem emprego. O governo brasileiro, diferentemente de outros países, não
tem um programa específico apenas para refugiados que ofereça diretamente ajuda
financeira a eles.